Autor: Luis Osvaldo Grossmann
A julgar pelo que informou a Anatel à CPI da Espionagem nesta ultima terça-feira, 15/10, o setor de telecomunicações parece tratar sem grande preocupação as denúncias de que as suas próprias redes estão sujeitas a vazamentos que permitem a interceptação de dados por agências de segurança norte- americanas.
Conforme afirmou o presidente da agência, João Rezende, “só uma empresa declarou que diante das denúncias realizou uma auditoria extraordinária”. Ele não quis revelar, no entanto, qual das empresas consultas pela Anatel adotou o procedimento. Nada teria sido detectado.
Mais uma vez, a Anatel admitiu não ser capaz de identificar eventuais backdoors nos equipamentos que homologa. “Não é possível identificar backdoor. Precisaríamos investir em tecnologia para isso, fazer um processo de investigação tão competente como a espionagem americana”, reconheceu Rezende.
A agência também apresentou a ‘investigação’ que fez a partir das denúncias. “Mandamos uma série de perguntas para as principais empresas de telecomunicações para entender quais são as fragilidades”, disse Rezende. Basicamente, um questionário com perguntas sobre:
1) Se existe política de controle de acesso às informações dos usuários ou em trânsito;
2) Quais os controles de acesso físico e remotos;
3) Quais as práticas de proteção de códigos maliciosos;
4) Quais procedimentos de backup e recuperação de dados;
5) Como são os contratos de roaming e interconexão;
6) Quais os procedimentos e registros quanto a incidentes de segurança, centros de operações e coordenação com outros centros; e
7) Ações específicas sobre as divulgações das denúncias de espionagem.
“As informações que coletamos na fiscalização que enviamos demonstram que não há, no momento, nenhum indício ou indicativo que leve a gente a concluir que há envio ou colaboração para o envio de informações”, concluiu João Rezende. “E não acho que haverá um documento que diga isso”, emendou.
A Anatel se tranquilizou ao ser informada pelas operadoras que “não existiram ocorrências ou violações nos últimos três anos que colocassem em risco dados críticos das empresas”, e ainda que “as tentativas foram devidamente bloqueadas pelos sistemas de segurança implantados”.
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Fonte: Convergência Digital
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